Após dar uma trégua no fim da manhã, a chuva deve voltar a ficar intensa durante a noite desta terça (22) e a madrugada de quarta (23) no Grande Recife e na Zona da Mata, de acordo com previsão divulgada pela Agência Pernambucana de Águas e Climas (Apac). Segundo a Defesa Civil do Recife, a precipitação registrada na capital entre 4h e 8h desta terça foi de 126 milímetros, índice que era esperado para 12 dias.
Quem precisou ir ao trabalho ou estudar durante a manhã enfrentou transtornos em ruas e avenidas do Grande Recife. A técnica em segurança do trabalho Roberta Gomes ficou presa no engarrafamento da Avenida Abdias de Carvalho, na Zona Oeste da capital. Ela saiu de casa, no bairro de San Martin, às 6h20 e pretendia chegar ao trabalho, em Igarassu, na Região Metropolitana, às 8h. “Já avisei que vou chegar muito atrasada, acredito que lá perto de 12h30, porque ainda tenho que pegar outro carro. A chuva nem atrapalhou muito, o problema foi o congestionamento. Uma poça pequena de água já faz estrago", reclamou.
A chuva intensa da madrugada e início da manhã desta terça também alterou a rotina da população. O mecânico Ademilson Gomes, que mora na região da Avenida Segunda Perimetral, em Olinda, deixou para sair mais tarde de casa por causa do temporal. "Hoje [terça] a chuva foi muito forte, está tudo enlameado. Tivemos que colocar plástico no chão para passar, usar bota”, comentou.
A Defesa Civil do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, registrou 12 deslizamentos de pequenas proporções na manhã desta terça-feira (22). Em Ponte dos Carvalhos, um muro que dividia duas casas desabou. No entanto, as ocorrências não deixaram vítimas. Ainda segundo o órgão, foram acumulados 146 milímetros de chuva nesta manhã.
Os engarrafamentos também tomaram conta da capital. Com trechos alagados, ficaram congestionadas as avenidas Mascarenhas de Moraes, Cruz Cabugá, Domingos Ferreira, Norte, Cais José Estelita, Agamenon Magalhães, Boa Viagem, entre outras.
Vias esburacadas, como as avenidas Tansamazônica e Antônio da Costa Azevedo, em Jardim Brasil II, em Olinda, ficaram cheias de lama. A caixa Jocasta Paixão trabalha num mercadinho do bairro e contou que sempre quando chove tem problemas com água acumulada. “A água entra no mercado quando passa carro. Entra rato, barata, é um perigo”, disse.
Pelo menos três árvores caíram na capital. Dois veículos foram atingidos pelas plantas em Boa Viagem, na Zona Sul, e no Parnamirim, Zona Norte. Um galho de uma quarta árvore também caiu e interditou faixas da Avenida Rui Babrosa, nas proximidades do Parque da Jaqueira.
A chuva desta terça atingiu principalmente áreas próximas ao litoral pernambucano. Para os meteorologistas da Apac, um sistema com bastante umidade veio do Oceano Atlântico e, ao encontrar o clima muito quente do Grande Recife, ocasionou a chuva.
Ainda conforme a Agência Pernambucana de Águas e Climas, a precipitação registrada está dentro do nível previsto para o mês, que é o primeiro de maior índice pluviométrico do ano. "Estávamos abaixo da média prevista. Por isso, havia um calor muito intenso. Chegou um sistema com bastante umidade do Oceano Atlântico e, como estava muito quente, ocasionou essa chuva. Quando você observa os mapas, percebe que é apenas nessa região do litoral", explicou o meteorologista da agência Flaviano Fernandes.
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