A Coreia do Sul virou um polo de cirurgias plásticas na Ásia. Os rostos nas ruas de Seul são bem diferentes dos que aparecem em muitos cartazes de publicidade. Olhos grandes, nariz mais proeminente: o padrão de beleza ocidental dita a moda e os coreanos tentam ficar um pouco mais parecidos com o que veem nos anúncios.
A lista da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica com os países que fazem o maior numero de procedimentos é liderada pelos Estados Unidos e, em seguida, vem a China. A Coreia do Sul aparece em sétimo lugar.
Se dividirmos, porém, a população de cada país pelo número de cirurgias, a Coreia do Sul pula para primeiro lugar, com 74 procedimentos para cada 10 mil habitantes. O Brasil está em segundo, com 55 procedimentos.
Um prédio no centro de Seul é dedicado inteiramente à cirurgia plástica. É onde funciona a BK, a maior clínica do país.
Logo na entrada, o argumento para convencer aqueles que ainda estão em dúvida: as fotos com antes e depois de vários pacientes. Um museu mostra a evolução plástica no país e entende-se a grande diferença das cirurgias feitas no Brasil: enquanto aqui, a maioria é para mudar o corpo, na Coreia do Sul, é para mudar o rosto.
Em uma sala, há um paciente passando por um procedimento mais complicado: lipoaspiração de rosto e cirurgia no nariz. Na sala ao lado, há outro paciente sendo operado. A clínica tem 18 salas, geralmente lotadas. São mais de 100 pacientes por dia. É a cirurgia plástica em escala industrial.
Kim-Byung Gun, diretor da clínica, explica que metade das cirurgias feitas na clínica é para criar a dobrinha e abrir um pouco mais os olhos. Depois, vem o implante de nariz, para que fique maior e mais anguloso como o dos ocidentais e, em terceiro lugar, o implante de queixo para que o rosto fique menos redondo, com a forma mais oval, também como os ocidentais.
Lee-Kyung Mi, de 28 anos, fez a primeira cirurgia há um ano, para fazer a dobrinha do olho. Há algumas semanas, fez o implante de nariz. "Eu me olhava no espelho e não ficava satisfeita", disse ela, "agora tenho mais confiança no trabalho e para encontrar pessoas. Até consegui achar um namorado".
Essa tendência tem muitos críticos, que reclamam do que chamam de imperialismo cultural e estético do Ocidente, que provoca baixa auto-estima em jovens orientais. É um assunto polêmico.
Apesar disso, a Coreia do Sul aproveita para faturar com a tendência e está investindo no chamado "turismo médico". Por ano, os hospitais e clínicas do país recebem 80 mil pacientes da China, Japão e Taiwan, a maioria para cirurgias plásticas, já que a moda de ficar com o rosto parecido com os que aparecem as nas propagandas se espalhou pelo continente.
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