Um estudo publicado no periódico PLoS ONE revelou que fazer muitas horas extras no trabalho com frequência pode dobrar o risco de desenvolver depressão nervosa. A análise foi liderada por uma pesquisadora do Finnish Institute of Occupational Health, na Finlândia, e da University College London, na Inglaterra.
Para a pesquisa, foram acompanhados 1.626 homens e 497 mulheres durante cinco anos. A idade média dos participantes era de 47 anos no início do estudo e todos eram servidores públicos.
Os especialistas observaram que aqueles que trabalhavam 11 horas por dia ou mais tinham um risco até 2,5 vezes maior de adoecer do que aqueles que tinham um expediente de oito horas diárias. Descobriu-se também que a ligação entre a doença e o estilo de vida da pessoa não afetavam tal probabilidade.
A depressão é um distúrbio afetivo caracterizada por presença de tristeza, pessimismo e baixa autoestima, sintomas que aparecem com frequência e podem combinar-se entre si. O acompanhamento médico é fundamental para diagnóstico e tratamento adequados.
Fique alerta com as principais causas de depressão
Especialistas afirmam que essa doença não tem hora nem lugar para aparecer. Pode surgir em qualquer pessoa independente do sexo, idade, condição social ou econômica. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que até 2030 a depressão será a doença mais comum do mundo, afetando mais pessoas do que qualquer outro problema de saúde, incluindo câncer e doenças cardíacas. Apesar disso, já é sabido pela ciência que alguns fatores podem facilitar o aparecimento dessa patologia. Veja aqui os gatilhos mais comuns da depressão e saiba evitá-los ou tratá-los para fugir dessa doença.
Neurotransmissores alterados
Pessoas com taxas muito alteradas de determinados neurotransmissores, como serotonina e noradrenalina, tem mais chances de sofrer depressão. Segundo o psiquiatra do Hospital Santa Cruz Edson Hirata, isso acontece justamente por que a doença se desenvolve por conta da falta desses neurotransmissores, que são responsáveis pela comunicação entre os neurônios na área do cérebro responsável pelas emoções - o sistema límbico.
Quando uma pessoa nasce com esses neurotransmissores naturalmente baixos, o sistema límbico e sua percepção das emoções ficam comprometidos, podendo causar a depressão. "A queda destes neurotransmissores no sistema límbico é a base bioquímica da doença", afirma o especialista.
Fatores genéticos
"A genética tem forte influência no desenvolvimento da depressão", conta o psiquiatra Edson Hirata. Estudos mostram que se um dos pais tem depressão o risco do filho sofrer dessa doença é três vezes maior. "Se ambos os pais tem depressão, o risco do filho desenvolver depressão é de 75%", completa.
Isso acontece por conta de alguma alteração genética que torna a pessoa mais vulnerável a eventos estressantes, que causam uma queda dos níveis de serotonina. Ainda estão sendo desenvolvidas pesquisas para encontrar algum gene específico responsável pelo aparecimento da depressão.
Mulheres sofrem mais
As mulheres têm o dobro de chance de vir a desenvolver o distúrbio, isso por conta da instabilidade hormonal a que estão sujeitas. Além disso, as mulheres estão mais sujeitas à ocorrência de eventos estressantes, como o parto.
Atenção aos idosos
É fato que a idade não é um fator determinante para o aparecimento da depressão, porém, estudos comprovam que a incidência da doença é maior entre a população idosa. De acordo com o psiquiatra Edson Hirata, "o fato de idosos terem mais doenças físicas, usarem mais medicamentos e frequentemente ficarem mais isolados socialmente aumenta o risco de depressão nesta faixa etária".
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